sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aprenda a escrever vendendo peixe



Leram o texto do VT da harpista no meu último post? Então confiram aqui a matéria. E abaixo aprendam sobre a arte de cortar palavras!


   Que tal?? Espero que tenham gostado. Quem tiver paciência para comparar o OFF escrito do post anterior com o que acabei gravando pro VT, vai perceber que uma ou outra palavra foi cortada:  seguindo a regra de que "escrever é a arte de cortar palavras". Fui buscar a autoria dessa frase no nosso amigo de todas as horas - google. Tem quem diga que seja Drummond, mas há controvérsias.
   Na procura, encontrei (no blog http://tresdemaionews.blogspot.com/2010/03/escrever-e-arte-de-cortar-palavras.html) esse ÓTIMO conto de John Ruskin, notável escritor e crítico inglês do século passado. Ele quem melhor ilustrou o ditado, num conto memorável.

VALE A PENA LER:

É o caso de um feirante de peixes num porto britânico.

"O homem chega à feira e lá encontra seu compadre, arrumando os peixes num imenso tabuleiro de madeira. Cumprimentam- se. O feirante está contente com o sucesso do seu modesto comércio. Entrou no negócio há poucos meses e já pôde até comprar um quadro-negro pra badalar seu produto.

Atrás do balcão, num quadro-negro, está a mensagem, escrita a giz, em letras caprichadas: HOJE VENDO PEIXE FRESCO. Pergunta, então, ao amigo e compadre:

- Você acrescentaria mais alguma coisa?

O compadre releu o anúncio. Discreto, elogiou a caligrafia. Como o outro insistisse, resolveu questionar. Perguntou ao feirante :

- Você já notou que todo o dia é sempre hoje? - E acrescentou: - Acho dispensável. Esta palavra está sobrando...

O feirante aceitou a ponderação: apagou o advérbio. O anúncio ficou mais enxuto. VENDO PEIXE FRESCO.

- Se o amigo me permite - tornou o visitante -, gostaria de saber se aqui nessa feira existe alguém dando peixe de graça. Que eu saiba, estamos numa feira. E feira é sinônimo de venda. Acho desnecessário o verbo. Se a banca fosse minha, sinceramente, eu apagaria o verbo.

O anúncio encurtou mais ainda: PEIXE FRESCO.

- Me diga uma coisa: Por que apregoar que o peixe é fresco? O que traz o freguês a uma feira, no cais do porto, é a certeza de que todo peixe, aqui, é fresco. Não há no mundo uma feira livre que venda peixe congelado...

E lá se foi também o adjetivo. Ficou o anúncio, reduzido a uma singela palavra: PEIXE.


Mas, por pouco tempo. O compadre pondera que não deixa de ser menosprezo à inteligência da clientela anunciar, em letras garrafais, que o produto aí exposto é peixe. Afinal, está na cara. Até mesmo um cego percebe, pelo cheiro, que o assunto, aqui, é pescado...

O substantivo foi apagado. O anúncio sumiu. O quadro-negro também. O feirante vendeu tudo. Não sobrou nem a sardinha do gato. E ainda aprendeu uma preciosa lição: escrever é cortar palavras."
  
   Em TV essa regra tem que ser seguida à risca mesmo. O tempo é curto e é preciso dizer tudo em pouquíssimos minutos.

5 comentários:

  1. Muito bom esse conto viu, amei! hehe
    o post passado e o vt eu vejo mais tarde, agora to correndo!
    um xeru te amo

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  2. Ja assisti à materia, realmente celestial e tem q ter mt habilidade mesmo minha fia 7 pedais e 47 cordas? Eh deeemaisss!!! Agora vc ta fazendo mt bico na boca pra falar, botando os beiços pra baixo, ta engraçado kkkk
    vc ta fera demais viu, linda de morrer!
    bjo

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  3. Linda matéria, Lili!!! E já estreando o casaqueto azul turquesa....uhuuuuu.....Demais!!

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  4. Perfeita a passagem da matéria!
    Parabéns, Li!
    Sucesso!!

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  5. @Laís Balbino - como assim botando os beiço p baixo? hahahahahah so tu msm! engraçado eh feio?! rs

    @Ana Leonor - mami estreei a semana inteira! kkkkkkkk

    @Priscila - pripri! q bom q vc gostou!!! elogio d qm entende eh sempre bom!

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