terça-feira, 28 de agosto de 2012

Surpresas da "pauta nossa de cada dia"

    Estar repórter é lidar com o inesperado. A surpresa pode aparecer entre uma marcação e outra, com água que mina da rocha e sai de um cano no meio do caminho (entre o Varjão e o Paranoá, perto da prainha do Lago Norte). Tem surpresa melhor do que essa? Nós estávamos sedentos, sob aquele sol rachando, em meio à seca do Cerrado. 

Neri (cinegrafista),  

Carlinhos (auxiliar)  

e eu nos esbaldamos. 

Eu fui a última. Primeiro observei (sei lá, vai que... né? rs). E não é que a água era geladinha e cristalina??? Uma benção em forma de líquido! 

Havíamos terminado de fazer a matéria abaixo, que coincidentemente envolvia água: a limpeza do Lago Paranoá.

 

A surpresa pode vir também da propaganda de motel nos fundos do ônibus. Que tal?


    Mas a mais recente das surpresas e que mais me marcou está no VT abaixo. A matéria era sobre um senhor que desapareceu do hospital para onde foi levado após cair no meio da rua. Fizemos a reportagem com as duas filhas do velhinho. Elas fizeram o apelo, atenderam ligações de gente dizendo ter visto o desaparecido... E encerramos. Agradecemos. Fui ao banheiro - coisa rara pra quem trabalha na rua, então aproveitei a oportunidade. Quando estou lá dentro ouço só os gritos. E o choro. Encontraram o pai delas... morto.


    Fiquei sem ação. Por um momento de egoísmo pensei: por que não ligaram 3 minutos  mais tarde, quando já não estaríamos mais lá? Que situação delicada, as filhas inconsoláveis.... E a gente ali, "sobrando." Mas quis o destino que fosse assim. O que fazer? Abracei e tentamos ajudar.... Conseguimos dar carona pras duas até a delegacia, onde reconheceram os documentos do pai. Elas saíram do local quando nós também deixávamos a DP. E demos carona de volta até a casa delas. Tenho uma certeza: fomos até lá pra poder ajudá-las nessa locomoção. Era tanta dor.... pelo menos com o transporte elas não precisaram se preocupar. Ficaram tão gratas e nós nada fizemos, além do mínimo possível e esperado para aquela situação. Tão humildes em todos os sentidos do termo que ainda pediam desculpas pelo choro e pelo "incômodo". Uma triste surpresa acompanhada de uma feliz constatação: dar é sempre melhor do que receber.




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os "foras" da dona Gracinha

 

     Que figura a dona Gracinha! Uma safoneira de primeira. Boa inclusive pra tirar jornalista de tempo. rsrs Já ouviram falar que criança e "velho" não têm nada a perder? Pois bem. Tirei a prova com esta nordestina.
     Como eu a achei uma graça, queria fazer um trocadilho (até óbvio demais) sobre a dona Gracinha ser uma gracinha. Aí lá vai eu perguntar: "Dona Gracinha, a senhora não acha que esse nome tem tudo a ver com o jeito da senhora? E lá me sai ela com essa: "você quer que eu diga que eu sou uma gracinha? Eu sou uma gracinha!!!". "Essa já deve ter sido entrevistada por muitos jornalistas", pensei.
     Depois lá estou eu lendo o texto da passagem pra decorar o que ia falar. "Lê isso direito menina". Oi?
Não resisti e perguntei se ela queria o microfone. Já estava achando que a safoneira sabia mais do que eu. Tudo isso em meio a risos de todos, inclusive meu, é claro!
     Por fim: "onde vai passar a matéria?". "No SBT dona Gracinha, aquele canal do patrão, o Silvio Santos. Mas não no programa do Silvio Santos, no jornal". "Eu sei menina, tá pensando que eu sou demente?" Oi?

 

 Parece até que ela é raceada com seu Lunga. 
Em tempo: 

Seu Lunga entrando em uma loja:

- Tem veneno pra rato?

A balconista responde:

- Tem! Vai levar?

Seu Lunga sentencia:

- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui!!!